Iron Woman | 1x08: "Soldados de Ferro"


Uma obra de: Senhorita Stark
Inspirado em personagens da Marvel Comics


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Cheguei bem na hora em que um homem estava prestes a ser executado após ser deliberadamente espancado, o separaram de seu filho e sua família para que se unisse a eles. O som de meus propulsores invadiu o local e todos olharam para o céu. Aterrissei em peso, liguei os propulsores das mãos, amenizando um pouco a queda, mas não impedindo uma chegada sonora ao solo. O som de metal chocando-se contra o chão. Uma perna ajoelhada e a outra apenas dobrada, me proporcionando equilíbrio, e os braços para trás. Eu queria o sangue deles.
Um deles começou a disparar com a metralhadora, em vão. Todas as balas ricocheteavam em minha armadura enquanto eu andava na direção dele, algumas balas voltaram para ele, depois de baterem em meu peito e o furaram. Rajadas e mais rajadas disparadas contra cada um deles, com muita raiva. Os cidadãos, olhavam impressionados para uma mulher metálica dando uma surra naqueles terroristas, meus traços corporais eram mais evidentes agora.
Hesitei por alguns poucos instantes, quando terroristas mantiveram algumas famílias reféns, apontando armas para a cabeça de mulheres, baixei minhas mãos, ouvindo o som da manopla se esvaecer num assovio. Alvos surgiram em meu visor, mirando os terroristas e mini misseis saíram de meus ombros, acertando-os e derrubando-os no chão. Os cidadãos foram libertos e um menino correu para abraçar seu pai, a criança me olhou enquanto eu passava por eles com gratidão em seus olhos. Acho que fiz meu primeiro fã.
Restou mais um rato e esse eu conhecia bem da caverna, o peguei pelo casaco e o joguei no chão, para a população.
— Ele é todo seu. – Eu disse ao flutuar sobre eles, antes de sair. A voz metálica.
De longe pude ver a população se aglomerando em cima do homem, raivosa. Não se sente mais poderoso agora? Agora eu me sentia. Dei um sorriso sádico, nada como uma bela vingança para alimentar minha alma. Enquanto eu voava, eu selecionei uma música para ouvir pelo sistema de Mp3, Iron Maiden, do Iron Maiden. Combinando bem com meu estado de espírito. Não importa aonde estivessem, eu iria atrás e os pegaria.
Oh well, wherever
Wherever you are
Iron Maiden's gonna get you
No matter how far
Durante o caminho, meu sistema detectou mais ogivas de mísseis Jericó. Eu estava prestes a destruí-los, seguindo os alvos que Jarvis me mostrava no visor do capacete, quando alguma coisa me acertou. O tiro de um canhão me tirou do céu e caí até um pedregulho. A armadura zunia enquanto eu fazia esforço para me levantar. De pé, o canhão disparou mais uma vez, mas eu me esquivei e disparei meu míssil de braço contra a máquina, que fez um barulho pequeno, como uma pequena peça de metal caindo em cima dele. Me virei e o canhão explodiu no ar. Eu segui destruindo mais e mais equipamentos e armas Stark que encontrava pelo caminho, assim como os terroristas e alcei voo, criando um rastro de fumaça pelos ares.
Em uma base militar da força aérea, uma presença estranha nos céus do Afeganistão foi rastreada pelos radares e nenhuma identificação. Aparentemente para eles era um invasor em território de guerra, para isso chamaram o Coronel James Rhodes do Desenvolvimento de Armas.
— Identificamos e cruzamos todos os bancos de dados e nada.
— Alguma vigilância de grande altitude? – Perguntou Rhodes?
— Um AWAC e um Global Hawk.
— Então essa coisa surgiu do nada? – Rhodes franziu a testa. – Por que não apareceu no radar?
— Visualização mínima no radar. – Disse um dos técnicos.
— É Stealth?
— Não, é pequeno. Talvez seja uma aeronave não tripulada.
— Coronel, o que estamos enfrentando?
O homem olhou para Rhodes que ficou um bom tempo pensativo, até que se retirou e foi fazer uma ligação. Eu estava em pleno voo quando atendi a ligação de Rhodes e não conseguia ouvir direito.
— Alô?
— Fala mais alto. – Eu pedi.
— É o Rhodes! – Ele elevou o tom de voz. – Que barulho é esse? O que cê tá fazendo?
— Ah é que eu tô andando com a capota aberta.
— Eu tô precisando da sua ajuda agora. Tem um depósito de armas que explodiu agora a pouco, perto do lugar onde você ficou mantida refém.
— Parece que sim. Acho que alguém foi lá e fez o seu trabalho por você.
— Engraçadinha... Ei, tu tá sem fôlego? – Ele notou na minha respiração.
— Eu tava correndo no Canyon.
— Você não disse que tava dirigindo?
— É, aí eu aproveitei pra correr.
— Você não tem nenhum equipamento lá que eu deva saber, não é?
— Não.
— Alvo localizado. – Um dos homens anunciou. – Whiplash, aproxime-se.
— Que ótimo, porque eu tô olhando para um equipamento que tá prestes à ser destruído.
— Minha deixa. – Dois aviões surgiram atrás de mim, então eu fiz uma manobra evasiva. Os aviões me seguiram e fizemos várias manobras pelas nuvens. Felizmente eu as conhecia, pois já pilotei vários desses caças.
— Ballroom aqui é Whiplash 1, intruso na mira. – Anunciou um dos pilotos.
— Whiplash 1 o que é? – Perguntou Rhodes.
— Não faço ideia. – Respondeu o piloto.
— Contato via rádio?
— Sem resposta.
— Permissão para atirar.
As nuvens à minha frente pareciam algodão, eu era um pássaro veloz correndo de caças da Força Aérea. Liguei um propulsor e aumentei mais a velocidade, disparando vários metros na frente deles.
— Alvo em velocidade supersônica. Na mira.
— Alvo em sua direção. – Alertou Jarvis.
— Chamas. – E eu disparei chamas para trás, atingindo o míssil, provocando uma explosão que me impulsionou para frente.
— Intruso lançou chamas.
Eu havia perdido um pouco da estabilidade de voo, mas logo recuperei quando vi os caças ainda atrás de mim. Eles miraram e agora uma salva de tiros foi direcionada a mim.
— Abrir Flaps... – Desestabilizei o voo das aeronaves, impulsionando-me para trás. O vento jogou as naves para o lado.
— Perdemos contato.
— Aquela coisa não era um veículo não tripulado. Não sei o que era.
— Seja o que for, foi destruído. Acho que eliminamos o alvo, senhor.
O celular de Rhodes tocou, e ele atendeu prontamente.
— Oi?
— Sou eu, Rhodey.
— Desculpe, você queria saber quem era. Sou euzinha.
— Não brinca comigo. Não manda equipamento civil pra minha zona de guerra. – Rhodes protestava.
— Não é equipamento civil, sou eu cara. É um traje voador de metal.
Rhodes olhava em volta, abismado e surpreso. Não sabia o que dizer para seus colegas. Eu estava embaixo de um dos aviões, agarrada na fuselagem. Um dos pilotos viu e alertou que parecia um homem. Rhodes arregalou os olhos. Ordenaram que girassem, balançassem, pior sensação da minha vida, quase vomitei o café da manhã. Quando me soltei acabei atingindo a asa do outro avião, arrebentando-a com a força do movimento.
— Fui atingido. – Disse o piloto.
A base confirmou e todos os presentes levantaram-se e olharam espantados e preocupados para a tela. O avião caía com fogo em sua asa cortada, eu pude ver o piloto ejetando-se para fora da aeronave, mas estava com algum problema com o para-quedas. Eu mergulhei para perto e Jarvis me avisou que a outra aeronave ia atacar, continuei e reativei o paraquedas do piloto. Quando eles viram o paraquedas voltando a funcionar, a base foi tomada por comemorações dos homens. Eu voei em espiral até estabilizar novamente o voo.
— Tasha, você ainda tá aí? – Perguntou Rhodes.
— Tô sim. Obrigada.
— Brincadeira viu. Cê é louca de pedra. – Rhodes riu nervoso. – Tá me devendo um caça, cê sabe. Eu apenas ri muito, dentro da armadura. Sentia falta dos meus tempos de aeronáutica, Rhodes me ajudou muito enquanto estive lá. Rhodey e Carol Danvers se tornaram meus melhores amigos da Força Aérea. Estive nessa como foi combinado no testamento de meu pai. – Mas tecnicamente, ele atirou em mim. Agora vai me fazer uma visitinha? – Não.. não – Ele meneava a cabeça negativamente. – Quanto menos eu souber, melhor. E agora, o que que eu falo pra imprensa? – Exercício simulado. Aquilo de sempre, saca? – Não é tão simples assim, Tasha... O Rhodey ás vezes choraminga à toa, mas sempre dá o braço a torcer. Acho isso engraçado nele. Na coletiva de imprensa ele fez exatamente o contrário, como eu imaginei, apenas falando de teste simulado, que o piloto não se feriu, essas coisas.
...
Enquanto isso, no conforto e luxo de sua sala com lareira, móveis requintados e vestindo seu robe, Obadiah assistia a entrevista de Rhodes. Os olhos fixos na tela e os ouvidos atentos ás palavras. Howard Stark, você deu origem a um gênio em forma de mulher.
...
A chegada em casa era um alívio e ao mesmo tempo uma dor de cabeça pra sair daquela armadura, por mais que respeitasse meu corpo feminino. Pepper descia as escadas de forma calma, eu ouvia o som de seus tamancos pelas escadas. Eu choramingava enquanto Jarvis tentava retirar as peças metálicas de meu corpo com os braços mecânicos de cor amarela.
— Aaaaaaaai, devagar Jarvis.
— Tente não se mexer muito, senhorita. Pepper entrou e seus olhos logo encontraram-se com a vestimenta metálica, tingida de vermelho e dourado. Eu ainda nem havia saído dela.
— Que? – Eu olhava pra ela.
...
AFEGANISTÃO
Carros pretos chegavam na base inimiga, um complexo de barracas verdes abrigando os membros das forças dos Dez Anéis, e estacionavam em frente ao seu líder, ladeado por dois outros guardas. Um segurança desceu do veículo, seguido de Obadiah Stane, que os encarava fixamente.
— Bem-vindo. – O líder fez uma pequena pausa. – Com os cumprimentos de Tasha Stark.
Obadiah olhou para o lado e deu um sorriso. Logo voltou-se para o homem à sua frente. – Huh, se a tivesse matado no tempo certo ainda teria um rosto. – Obadiah brincou, provocativo.
— O pagamento não foi algo à altura do que eu esperava para matar a princesa. – O homem protestou.
— Mostre-me a arma. – Pediu Obadiah. – Seguranças fora. Obadiah fez um sinal levantando o braço, com as mãos abertas, indicando aos seguranças que queria privacidade.
...
QUATRO HORAS DEPOIS. LOCAL DESCONHECIDO.
A poltrona com o encosto alto virado para Obadiah ocultava quem ocupara o assento. Aquilo apenas atenuava a atmosfera sombria. Uma voz feminina ecoou pelo local.
— Então os tais Dez Anéis, tão temidos por aquele povinho patético não foram capazes de eliminar uma mulher de vinte e sete anos?
— Ela construiu uma espécie de armadura e escapou do cativeiro com ela. – O tom de voz de Obadiah era baixo e vacilante. Não era nada agradável a sensação de ter que relatar a alguém como ela que um plano falhou.
— Como pretende prosseguir depois disso? – A mulher manteve o tom de voz baixo, mas levemente áspero. O dedo indicador da mão direita tamborilando.
— Achamos a armadura, encaixotamos e levamos pra casa. Faremos o que estiver no nosso alcance para...
— Não seja ingênuo, você sabe que por mais que se esforce nunca conseguirá repetir o feito de Natasha Stark. Ela está a mil anos-luz dos demais engenheiros da área dela. – Ela respondeu ríspida. O sotaque alemão carregado.
— Eu não falharei desta vez. Não mais. – Obadiah sentiu o sangue subir, mas teve que se conter.
A cadeira virou-se, revelando uma mulher de feições severas, pele pálida, olhos verdes, cabelos louros presos e uma sinistra farda militar negra, criando uma combinação medonha do Quepe com os óculos.
— Lhe darei apenas uma última chance, Herr Stane. Caso sobreviva, tendo falhado na missão, será executado.
— A mulher o dispensou e logo voltou a virar-se para a posição inicial.
...
EDIFÍCIO BAXTER – Nova York.
O dia foi longo, eu havia pedido a Pepper para que reunisse provas o suficiente contra Obadiah em um Pen Drive. Parecia um baita golpe de sorte ela ter encontrado o agente Coulson, insistindo numa reunião. Enquanto a Pepper se encarregava daquela missão que eu havia lhe dado, eu estava com Reed Richards no laboratório, trabalhando em projetos futuros, incluindo várias formas de utilização do Reator Arc como fonte de energia limpa. Mas confesso que cinquenta por cento da razão de eu estar lá era para me divertir um pouco com o Johnny. No entanto, naquele momento eu não tinha cabeça pra isso que você tá pensando. Minha mente sempre trabalhava cada vez mais. Eu decidi sair um pouco do laboratório depois de quatro horas trabalhando, assim como Reed, que precisava dar uma esticada no corpo tanto quanto eu. Ok, não tanto. Eu tomei um gole d´água no filtro do corredor e fui até uma sala de estar, me esparramando no sofá, quando o celular tocou. Vi a foto e o número da Pepper, mas ao apertar o botão do telefone verde e pôr o aparelho em meu ouvido um sonoro zumbido penetrante chegou aos meus ouvidos junto de uma sensação angustiante de dormência que me fez perder o controle de meus movimentos. Parecia que meu sistema nervoso havia sido invadido e meu cérebro não conseguisse mais enviar comandos para o resto do corpo. Minha pele ficou muito pálida e as veias escureceram. O celular havia caído, com a voz de Pepper a ecoar, chamando pelo meu nome. O que é isso?
— Eu já estava me perguntando se eu havia sido exposta a algum tipo de radiação do laboratório de Richards, quando uma voz conhecida me fez imediatamente entender tudo. Desgraçado.
— Você se lembra dessa? – Obadiah falou, posicionado atrás do sofá, com um aparelho em mãos, que balançava para mim. Havia também um outro aparelho em seu ouvido. Eu logo identifiquei todo o aparato. Um dispositivo criado para causar paralisia de curta duração. – Uma pena que o governo não tenha aprovado, não? Isso seria de muita utilidade. – Disse Obadiah, obviamente frustrado por não poder vender mais uma invenção que ia contra os direitos humanos.
Eu parecia uma boneca sinistra, sentada imóvel naquele sofá, com a cabeça pro lado, mas pelo menos eu conseguia respirar. Obadiah se aproximou e virou meu rosto para frente, olhando em meus olhos com a mais pura maldade.
— Natasha... Quando eu ordenei que a matassem. – Ele disse tirando os aparelhos de ouvido. E depois pegando um objeto metálico com um círculo de mesmo diâmetro de meu reator e o depositando em meu peito. – Me preocupei por matar a galinha dos ovos de ouro.
Meu olhar era puro terror, a face pálida e as veias azuis, eu parecia um Lord Sith. Ao ser retirado de meu peito, o reator passou para o aparelho metálico nas mãos de Obadiah. Protestei gemendo de dor e fraqueza. Fumaça de nêutrons saía e meu ouvido chegava a sangrar. O celular caído ao chão. Como ele havia entrado no edifício Baxter? Na certa aproveitando-se de sua fama como meu tutor e amigo de Howard Stark.
— Graças ao destino, ou outra força qualquer, você sobreviveu. – Ele retirou meu reator de luz, tomando posse dele como um urubu ao encontrar carniça. – E agora nos deu seu último ovo de ouro.
Obadiah segurou o reator em mãos, preso a mim somente por alguns fios, e olhou para mim vitorioso. – Você acha que só porque teve uma ideia ela pertence a você? – Ele fez uma breve pausa enquanto eu o encarava fervilhando de ódio. – Seu pai nos ajudou a construir a bomba atômica. Como você acha que seria o mundo se ele fosse tão egoísta como você?
Ele arrancou o dispositivo reator arc de meu peito ao final com o aparelho metálico e ficou analisando-o por pequenos instantes. Eu só conseguia olha-lo com ódio e pensar naquela forma estúpida de morrer. Obra de arte, Nona sinfonia, mais e mais besteiras que Obadiah dizia para mim.
— Este é o seu legado. – Ele disse sentando-se ao meu lado. – Uma nova geração de armas alimentadas por isso. Armas que colocarão o mundo na direção certa. Que vai equilibrar o poder nas nossas mãos, as certas.
Meu estômago revirava-se movido pela raiva. Eu o via abrir uma maleta e colocando o reator arc dentro, a fonte que até então me mantivera viva.
— Eu queria que pudesse ver o protótipo. Não é tão conservador como o seu. É uma pena que teve que envolver a sua melhor amiga Pepper no processo. Eu gostaria que ela vivesse.


CONTINUA...

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