Secret Key | 1x07: "Truth" [SEASON FINALE]


Uma obra de: Troye Spears

    FADE IN.

    CENA 01. MANSÃO DE CAMILLA TESS. SALA DE ESTAR. INT./NOITE

    David entra com Katy no cômodo.

    DAVID - Descanse. Amanhã falarei com Diana assim que eu chegar.
    KATY - Ok.
    Katy sobe as escadas. Susan aparece no cômodo.
    SUSAN - Detetive David?
    DAVID - Sim?
    SUSAN - Diana já foi embora…
    DAVID - Eu sei. Voltaremos pela manhã.
    SUSAN - Ok.
    David vai em direção à porta de saída e, com a mão na maçaneta, hesita e vira-se.
    DAVID - Tem algum porão ou sótão aqui?
    SUSAN - Sim. Tem um porão, por quê?
    DAVID - Me leve até lá.
    SUSAN - Claro. Por aqui.
    Susan segue em direção a um corredor e David a segue.


    CENA 02. MANSÃO DE CAMILLA TESS. PORÃO. INT./NOITE

    Susan abre a porta do porão e entra, junto à David. Susan acende a luz. O cômodo é cheio de móveis antigos e objetos espalhados por todo canto e tudo muito empoeirado.

    SUSAN - Eu sei o que deve estar pensando. “Susan, você não limpa isso?”. A verdade é que Camilla sempre optou por não me deixar a chave do porão. Ela sempre disse que aqui estão coisas importantes para ela e que ela proibia qualquer um de entrar.
    David analisa o local.
    SUSAN - O que o senhor está procurando?!
    DAVID - Uma corda.
    Susan pega um barbante em sua mão.
    SUSAN - Isso serve?
    DAVID - Não. É uma corda mesmo. Algo que se possa enforcar alguém, entende?
    Susan olha para ele, assustada.
    DAVID - Não se preocupe, não vou matar ninguém.
    David ri alto e Susan dá um riso de lado. Ele observa que quando pisa no chão, ficam marcas de suas pegadas, pelo fato da poeira ser muito grossa. David encontra a corda perto de uma janela. O objeto está úmido e não-empoeirado.
    DAVID (para si) - Katy estava certa…
    David volta até a porta, onde se encontra Susan.
    DAVID - Susan, não fale pra ninguém que eu vim até o porão e muito menos que tem uma corda aqui. Não fale nada. A única pessoa para a qual você poderá falar alguma coisa é Diana.
    Susan consente. David vai embora e ela fecha a porta do porão, pensativa.

    CENA 03. MANSÃO DE CAMILLA TESS. SALA DE ESTAR. INT./MANHÃ

    Todos presentes na sala de estar, quando a campainha toca. Carl atende a porta. É Diana. Ela entra.

    DIANA - Bom dia à todos.
    Todos respondem ao cumprimento. Diana segura em suas mãos, uma luva amarela.
    DIANA - Katy, essa luva é sua?
    Katy analisa a luva.
    KATY - Creio que não, detetive.
    DIANA - Susan, essa luva é sua?
    Susan se aproxima e observa a luva.
    SUSAN - Não. Eu tenho apenas dois pares de luvas, e são pretas.
    ANNA - Credo. Que mau gosto. E devem ser horrorosas.
    DIANA - São suas, Anna?
    ANNA - Não, meu anjo. Eu uso luvas lindas, chiques, não isso aí que a senhora está segurando.
    DIANA - Estenda suas mãos, por favor.
    Anna estende as mãos e Diana tenta colocar uma das luvas na mão dela, que não cabe.
    DIANA - A luva é pequena.
    Diana vai em direção à Susan, que já estende sua mão direita.
    SUSAN - Onde a senhora encontrou essas luvas?
    Diana, tenta pôr a luva em Susan, que não serve.
    DIANA - Nos arbustos abaixo da janela de Camilla. Encontrei vestígios ontem, aliás, de que o assassino entrou pela janela.
    Diana vai em direção à Katy, que hesita inicialmente, mas estende a mão. A luva cabe.
    DIANA - A luva é sua, Katy?
    KATY - E-Eu… não sei. Pode ser que sim.
    DIANA - Ok.
    KATY - Está suspeitando de mim, detetive?
    DIANA - Katherine, não esqueça que TODOS vocês são suspeitos.
    Diana olha para todos e pousa seu olhar sobre Carl.
    DIANA - Venha comigo, Carl.
    Carl a segue.

    CENA 04. MANSÃO DE CAMILLA TESS. BIBLIOTECA. INT./MANHÃ

    Carl entra na sala, furioso. Diana senta-se.

    CARL - Que história é essa?! Você ainda acha que Katy é a assassina?! É impossível, detetive!
    DIANA - Nada é impossível. A arma do crime foi uma esfera de aço. A luva de Katy estava abaixo da janela de Camilla. Os cabelos que estavam na sua roupa, que foi utilizada no momento do assassinato, tem os fios de cabelo de Katy, assim como tem alguns de Anna, mas seria compreensivo ter os fios de sua atual esposa, apesar de eu não descartar nenhuma possibilidade. Além disso, um pedaço da luva ficou preso em um suporte abaixo da janela. E mais: no terno, há vestígios de pó-de-arroz. Investiguei os que Anna e Katy usam e o que está na roupa é o de Katy. Quase impossível que não tenha sido Katy. Sem contar que ela sabia da herança, e um grande detalhe: ela é canhota. São muitas evidências contra ela.
    Carl fica em silêncio.
    DIANA - Sinto muito, Carl, mas vou ter que prendê-la.
    CARL - Não, detetive. Não pode ser verdade.
    Theo entra na biblioteca.
    THEO - Desculpem a intromissão, mas queria saber o que está acontecendo.
    CARL - Não interessa, Theo.
    DIANA (para Carl) - Depois que foi largada pelo senhor, ela deve ter ficado com rancor. Esse crime foi extremamente calculista. Foi direcionado desde o início à incriminá-lo. O assassino conseguiu plantar todas as provas contra o senhor.
    THEO - Licença. Mas a história não é bem assim.
    DIANA - Como assim?
    THEO - Katy não foi largada por Carl. Ela o trocou por outro cara, que morreu atropelado pouco tempo depois deles se juntarem. Katy fez parecer que ele a largou. Um pouco egoísta, entendo, mas Katy não teria razão pra ter rancor dele. Eles combinaram o divórcio e que Carl levaria a culpa.
    Diana fica em silêncio.
    CARL - Eu não queria que o nome dela fosse jogado na lama e mal falado por todos. Eu sempre a amei e sempre vou amar.
    THEO - Carl, eu estava aqui pra pedí-la em namoro. Eu sou apaixonado por ela.
    CARL - Eu sei. Já percebi. Não precisa jogar na cara, seu canalha.
    DIANA - Vamos com calma. 
    CARL - Bem, isso elimina o motivo. Não foi Katy.
    DIANA - O motivo era apenas uma parte do todo. Posso ter me enganado nisso, mas existem as evidências. Vamos à sala de estar.

    CENA 05. MANSÃO DE CAMILLA TESS. SALA DE ESTAR. INT./MANHÃ

    Diana se posiciona ao centro da sala. Katy levanta-se do sofá.

    KATY - Leve-me.
    Katy estende as mãos.
    DIANA - Tenho um mandado de prisão para a senhora. Tudo o que você falar pode ser mencionado contra você no tribunal.
    CARL - Não! Katy, não fale nada!
    KATY - Por que, Carl? Estou cansada. Cansei disso tudo. Cansei! Fui eu que matei Camilla. Fui eu que matei Charles. Chega! Acabou.
    Diana algema Katy. David entra correndo no cômodo.
    DAVID - Diana, preciso de você agora.
    DIANA - Você está atrasado e estou terminando meu trabalho.
    DAVID (grita) - AGORA!
    Os dois saem do cômodo. Anna levanta-se bruscamente do sofá.
    ANNA - Sua vadia! Sempre soube que foi você, sua vaca do interior!
    Anna dá um tapa na cara de Katy. Theo corre em direção a elas e joga Anna contra o sofá. Carl vai defender Anna e acaba por dar um soco no rosto de Theo, que revida. Diana entra no cômodo correndo e David separa a briga.
    DIANA - Chega!
    Todos olham para Diana.
    DIANA - David, leve Katy para o meu carro e mantenha-na lá. Os outros, venham comigo até a biblioteca. Mas antes, Susan… preciso que busque aquilo que David viu ontem. Ponha luvas para trazer, por favor.
    SUSAN - Ok.

    CENA 06. MANSÃO DE CAMILLA TESS. BIBLIOTECA. INT./MANHÃ

    Todos no cômodo, um ao lado do outro. Diana em frente à porta, observando a todos.

    DIANA - Daniel, você está dispensado. Ficam aqui comigo apenas Anna, Carl e Theo.
    Daniel sai do cômodo.
    DIANA - Eu recebi imagens de um bar em frente ao pensionato onde Charles foi assassinado.
    Susan entra, com uma corda em mãos e entrega para Diana.
    DIANA - Susan, dispensada. Muito obrigada.
    Susan sai da biblioteca.
    DIANA - Carl, você teria todo o aspecto de assassino no começo, mas foi provado que não era. O senhor foi incriminado por um engenhoso plano de assassinato…
    Diana olha para Theo.
    DIANA - Theo poderia ter preparado o plano, para incriminar o homem que “roubou” o seu amor de infância.
    THEO - Não fui eu!
    DIANA - Ou a esposa ciumenta, Anna, queria dar uma bronca na ex do marido, mas não faz muito sentido querer incriminar o próprio marido, a não ser que tenha descoberto que não ganharia a herança.
    ANNA - O quê? Eu não vou ganhar a herança?!
    DIANA - Não. A herança será dividida entre Carl e Katy, com uma pequena parte à Susan.
    ANNA - Que ódio!
    DIANA - Ou…
    ANNA - “Ou…”???
    DIANA - Ou Carl criou um plano para incriminar a ex, por ela ter trocado ele por outro. O amor que sentia por ela se transformou em ódio. Ameaçou enforcá-la com uma corda, por isso ela se entregou, por medo. Incriminou ela pelo assassinato da sua mãe, apesar de primeiro pôr as pistas contra si próprio, para que quando eu encontrasse as próximas pistas, o eliminasse da lista de suspeitos e estivesse por dentro de toda a investigação. E não tente negar, Carl. As câmeras de segurança do bar identificam claramente que é você entrando no pensionato. E tudo piora por termos recebido um depoimento de um homem que passava aqui por perto na noite do assassinato de Camilla. Achou que não teria testemunhas, Carl? Pois tem. E as informações da testemunha encaixam perfeitamente na história. Você tem uma mente brilhante, sabe? Mas falhou desta vez.
    CARL - Merda! Estava tudo dando certo! Tudo! Todo o meu plano estava dando certo! Mulher é isso mesmo. Fode com a vida do cara. Ainda mais sendo detetive.
    Diana o encara.
    DIANA - Apesar de ofensivo, o senhor está me fazendo um elogio. Se ser uma detetive mulher significa desvendar um grande ardiloso e engenhoso plano de assassinato, significa que sou muito inteligente. Agora, eu peço ao senhor que estenda as mãos. Vou algemá-lo e levar a sua opinião preconceituosa junto ao senhor para atrás das grades. Convivam em harmonia. Tenho certeza que na cadeia o senhor vai ganhar muitos amigos.
    Diana agarra os braços de Carl, que tenta lutar contra. Ela o algema e começa a direcioná-lo para fora do cômodo.
    DIANA - Tudo que o senhor falar poderá ser usado contra o senhor no tribunal.


    CENA 07. MANSÃO DE CAMILLA TESS. EXT./MANHÃ

    Diana leva Carl até o camburão e o coloca no assento de trás, empurrando-o. Em seguida, vai até seu carro e tira Katy de lá, tirando suas algemas.

    KATY - Obrigado.
    Katy abraça Diana e lágrimas escorrem pelo seu rosto.
    KATY - Eu não via a hora desse pesadelo acabar. Muito obrigado.
    DIANA - Eu estava apenas fazendo o meu trabalho. Assim que o julgamento tiver data marcada, vocês todos serão comunicados e terão de ir depor. Bem, me despido. Nos vemos no tribunal.
    Todos se despedem da detetive.
    DIANA - David, dirija o meu carro.
    Diana joga as chaves para David, que pega no ar.
    DIANA - Terei o prazer de levar Carl até lá.
    Diana ri e se dirige ao camburão. Em alguns segundos, os carros se vão.
    Daniel e Anna abraçados. Theo abraçando Katy e Susan. CAM foca no rosto de Katy, aliviada.
    KATY - Finalmente o pesadelo acabou.

    CENA 08. CASA DE DIANA ROSS. SALA DE ESTAR. INT./NOITE

    Diana sentada no sofá, com uma taça de vinho em mãos. David ao seu lado.

    DAVID - Que belo mistério, não?
    DIANA - Pois é. Finalmente encontrei a chave secreta do grande mistério. Poderia até escrever um livro sobre isso
    DAVID - Daria uma ótima trama. Seria, com certeza, um best-seller.
    DIANA - E o título… “Secret Key”.
CAM foca no sorriso de Diana.

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