Maximum Security | 1x01 - "Pilot"


Uma obra de: Lukaz



Ler no Google Drive / Baixar em PDF:


FADE IN.

CENA 01. CASA BRANCA. EXT./TARDE
Muitos jornalistas com câmeras, microfones, celulares e blocos de anotações em mãos, na área externa da Casa Branca, conversando entre si. De repente, todos voltam suas atenções ao homem de terno, em frente a um microfone, nas escadas de entrada do prédio. Uma jovem, de pé, ao seu lado, mas um pouco afastada.
GEORGE - Boa tarde a todos. Comuniquei-lhes para dar uma notícia muito importante ao nosso país.
A jovem cai, desmaiada, e desce as escadas rolando, até parar na grama. Uma mulher muito bem vestida desce correndo as escadas e socorre a garota. George, nervoso, desce as escadas.
GEORGE - O que houve, Sara?
SARA - Não sei, amor. Ela está pálida. Vou levar lá pra dentro e chamar um médico. Prossiga com sua notícia.
Sara leva a garota nos braços para o interior do prédio. George volta ao microfone.
GEORGE - Foi apenas um desmaio. Já comunicamos os médicos.
George olha, ao fundo, entre as árvores, um homem vestido de um terno muito elegante, observando-no. Logo, ele volta as atenções aos jornalistas.
GEORGE - Hum… Bem, reativaremos a penitenciária de segurança máxima na Ilha de Alcatraz. Ela voltará a funcionar como penitenciária e moveremos alguns criminosos para lá, já a partir de hoje. Estarei a caminho de Alcatraz hoje à noite para estar presente na reinauguração do local na tarde de amanhã. O prédio foi todo readaptado para receber os prisioneiros.
Uma jornalista, de nome Ellen - escrito em seu crachá - olha para George, com olhar curioso.
ELLEN - Mas a segurança de Alcatraz continuará sendo verídica nessa nova inauguração, senhor presidente?
GEORGE - Sim. Plenamente. Como sabemos, é quase impossível fugir da penitenciária, e quando conseguiram, há décadas atrás, ou morreram antes de conseguir sair da ilha ou no mar, enquanto tentavam voltar à costa da California.
George volta a olhar para as árvores, onde entre elas estava o homem, mas ele não estava mais lá.

CENA 02. CASA BRANCA. ESCRITÓRIO DO PRESIDENTE. INT./TARDE
A jovem está deitada sobre um sofá. Sara sentada ao seu lado. Paul, médico, de pé.
SARA - E então?
PAUL - O desmaio poderia ter sido por ela não ter comido nada até agora. Mas suspeito que seja algo mais grave, primeira dama.
SARA - O que minha filha tem?
PAUL - Precisaremos fazer um eletroencefalograma, senhora, para confirmar… mas suspeito que sua filha tenha epilepsia.
SARA - Epilepsia?
Sara põe as mãos ao rosto e começa a chorar. Paul se mostra solidário e abraça-a.
PAUL - Calma, Sara. Sophia poderá viver uma vida normal. Epilepsia não é algo grave. É só tomar alguns cuidados. Um deles é que ela não pode beber uma gota de álcool, por exemplo. Sei que ela está na adolescência, e adolescentes fazem este tipo de coisa.
Um jovem entra na sala correndo.
BRIAN (ofegante) - A Sara está bem?!
Sara limpa as lágrimas. Brian segue até o sofá e ajoelha-se próximo ao mesmo. Ele acaricia o rosto de Sophia e mexe em seus cabelos. A garota acorda, sem compreender o que está havendo.
SOPHIA - O que houve?
SARA - Você caiu, minha filha. Desmaiou. Durante o anúncio de seu pai.
SOPHIA - O anúncio? Já está acontecendo?
SARA - Sim. Você estava ao lado de seu pai.
Sophia parece confusa.
SOPHIA - Mas eu não lembro nem de ter saído pra fora da Casa...
Sara olha para Paul, com expressão facial preocupada.
PAUL - Sara, venha comigo. Vamos conversar.
Sara dá um beijo na testa de Sophia.
SARA - Eu volto logo.
Paul e Sara retiram-se da sala.

CENA 03. CASA BRANCA. CORREDOR. INT./TARDE
Sara se encosta em uma parede. Paul se põe em frente à ela. As lágrimas escorrem pelo rosto de Sara.
PAUL - Calma, Sara.
SARA - Ela não lembra do anúncio. Ela estava lá, Paul. Ela estava lá.
Sara segue a chorar.
PAUL - Sara, é algo passageiro. Pelo jeito, no caso dela, os sintomas são mais fortes. Os desmaios podem acontecer e ela pode esquecer alguns detalhes, mas é passageiro, Sara. Calma. Vamos ajudá-la. Mas você tem de ser paciente e tem de estar calma.
SARA - Eu me culpo, Paul. Me culpo por não perceber antes que havia algo de errado com minha filha!
PAUL - Calma, Sara. A culpa não é sua.
Rebecca aparece e vai em direção à Sara, abraçando-a.
REBECCA - Eu soube o que ouve, Sara. Ela está bem?
SARA - Sim…
Rebecca para de abraçá-la.
SARA - Estamos suspeitando que ela tenha epilepsia. Mas não fale nada pro Brian. Acho que vou esperar ter coragem pra falar pra ela. Preciso falar com George antes.
REBECCA - Eu entendo. Tudo vai dar certo, Sara. Calma. Não adianta ficar nervosa.
SARA - Eu sei, mas é que…
Sara volta a chorar e Rebecca a conforta.

CENA 04. CASA BRANCA. ESCRITÓRIO DO PRESIDENTE. INT./TARDE
Sophia senta-se no sofá, põe a mão na cabeça e faz uma expressão de dor. Brian senta-se ao seu lado.
BRIAN - Está bem?
SOPHIA - Só com um pouco de dor de cabeça. Mas estou bem.
Sophia encosta a cabeça no ombro de Brian.
BRIAN - Você desmaiou. Comeu algo hoje?
SOPHIA - Não. Dormi até tarde e não estou com fome.
BRIAN - Você foi naquela festa, né?
SOPHIA - Fui, Brian. E bebi demais.
BRIAN - Explicado porque desmaiou. Tá de ressaca e ainda não comeu nada.
SOPHIA - Não briga comigo.
BRIAN - Não estou brigando. Mas eu me preocupo. E você sabe disso.
Sophia deita a cabeça no colo de Brian.
BRIAN - E você sabe que só tá fazendo merda.
SOPHIA - Ai, Brian. Você parece meu pai.
BRIAN - Eu me preocupo, Sophia. Nós somos melhores amigos desde criança. Você é muito importante pra mim. Não vou deixar que nada de ruim aconteça à você. Mas você tem que se ajudar.
SOPHIA - Tá, Brian. Mas, me diga uma coisa: vai ir com a gente pra Alcatraz amanhã?
BRIAN - Vou, claro.
SOPHIA - Não sei o que vamos fazer lá, né? Mas deve ser divertido.
Sophia ri.
SOPHIA - Imagina se a gente fica preso na ilha?
Sophia dá uma gargalhada e para em seguida, pondo a mão na cabeça, sentindo dor. Brian acaba rindo.
BRIAN - Boba. Nem fala uma coisa dessas. Eu ia surtar.
Brian e Sophia riem.
SOPHIA - Você sempre a menininha da história.
Sophia levanta-se e fica de pé em frente ao sofá.
BRIAN - Ei! Eu não sou a menininha, nada.
SOPHIA - Então prova.
Sophia faz uma cara maliciosa. Brian levanta-se e se aproxima dela, pegando na sua cintura e colando seus corpos. Aos poucos, ele vai aproximando seu rosto do dela, mas Rebecca entra na sala e eles se separam rapidamente. Brian segue de pé e Sophia senta-se no sofá.
REBECCA - O que vocês estavam fazendo?
BRIAN - Ahm…
SOPHIA - Eu me levantei, mas quase caí e Brian me segurou pra eu não ir ao chão.
Sophia olha para Brian.
BRIAN - É. Foi isso.
REBECCA - Ah… Tá.
Rebecca senta-se em uma poltrona e fica observando uma janela. Brian e Sophia se olham e ele senta-se ao lado dela.

CENA 05. CALIFORNIA. COSTA DE SAN FRANCISCO. PORTO. EXT./TARDE
Muita movimentação. Fabian conversa com o capitão do navio, Carl.
FABIAN - Os presos já estão sendo trazidos para o porto, Capitão.
CARL - Ok. Vou pedir para abrirem a passagem para trazê-los.
FABIAN - Toda a equipe da polícia já está preparada aqui.
CARL - Ok.

CENA 06. CASA BRANCA. ESCRITÓRIO DO PRESIDENTE. INT./NOITE
George e Rebecca na sala. Ele sentado em sua cadeira e ela sentada no sofá.
REBECCA - A gente não pode deixar isso acontecer, George! Seria muito grave!
GEORGE - Eu sei, Rebecca, eu sei. Vou resolver isso. Mas preciso de tempo.
REBECCA - Tempo?!
Rebecca levanta-se bruscamente.
REBECCA (grita) - Você não tem tempo, imbecil! (pausa e diminuição no tom de voz) Tem que resolver isso o mais rápido possível!
GEORGE - Calma.
REBECCA - Não peça pra eu ficar calma porque eu saio por aí quebrando tudo. Dá um jeito, ou eu vou contar a merda toda.
GEORGE - Pensa bem no que você vai fazer, Rebecca…
REBECCA - Não tenho medo de você, George. Mas volto a dizer: dá um jeito de resolver essa merda.
Rebecca sai da sala. Sara entra em alguns instantes.
SARA - Por que a Rebecca saiu daqui desse jeito?
GEORGE - Nada, não. Ela esqueceu de uma papelada e eu me alterei com ela. Mas já pedi desculpa.
SARA - Uhum…
Sara olha em volta e para seus olhos em uma janela próxima à George.
SARA - Nem parece verdade que você é o presidente do país, meu amor.
GEORGE - Pois é. (pausa) Mas me diga… Sophia tem mesmo epilepsia?
SARA - Parece que sim. Depois que voltarmos de Alcatraz ela vai ter de fazer uns exames para confirmar.
GEORGE - Ok. Mas mudando de assunto, os prisioneiros já estão à caminho da ilha e nós sairemos daqui em dentro de 30 minutos. Já está tudo pronto?
SARA - Sophia está terminando de arrumar as coisas dela.
GEORGE - Ótimo. Vamos de avião até San Francisco. Pararemos lá, e em seguida iremos para Alcatraz em dois helicópteros.
SARA - Ok. Vou lá chamar Sophia.
Sara vai em direção à George e o beija.
SARA - Te amo.
GEORGE - Eu também.
Sara deixa o cômodo e George fixa o olhar no teto, fechando os olhos em seguida.

CENA 07. BAÍA DE SAN FRANCISCO. NAVIO. CELAS. INT./NOITE
Um homem de grande estatura está sentado em uma das 4 camas da cela. Em sua camiseta, está um número: “0045” e, abaixo, seu nome: “Jason G.”.
JASON - Ei!
Outros 5 homens que estão na cela jogam suas atenções à Jason.
JASON - Já ouviram falar na história dos Cinco de Alcatraz?
CAM foca nas camisetas dos outros 5 homens: “0044 - Julius R.”; “0043 - Benson H.”; “0046 - Drake K.”; “0047 - Harry F.”; e “0048 - Owen S.”.
DRAKE - Nunca ouvi falar.
JULIUS e BENSON - Eu também não.
Os outros ficam calados.
JASON - E vocês?
HARRY - Não.
OWEN - Já.
Owen olha para Jason, maliciosamente. Todos olham para Owen.
OWEN - Os Cinco de Alcatraz são cincos homens que supostamente conseguiram fugir da ilha e sobreviveram. Há boatos de que alguns deles foram para o Brasil, se não me engano.
DRAKE - Então quer dizer que…
Drake olha para Jason.
JASON - Que nós temos chances de fugir.
Um barulho estrondoso é ouvido, luzes vermelhas começam a piscar, um barulho de sirene soa e pode-se perceber a água adentrando a área de celas.
JASON - Aliás…
Jason tira uma chave do bolso.
JASON - Nossa chance começa agora.
Jason vai ao portão da cela e põe a chave na fechadura, girando-a e abrindo o portão.
OWEN - Como você conseguiu isso?
JASON - Tenho meus contatos. Aliás, não estou indo à Alcatraz simplesmente por ser um prisioneiro…
Todos os 6 saem da cela e correm pelo corredor até a saída. Os homens das outras celas gritam por socorro.

CENA 08. AVIÃO. INT./NOITE
George sentado ao lado de uma das janelas. Sara ao seu lado.
SARA - Já estamos chegando?
GEORGE - Mais uns 5 minutos, creio.
SARA - Ok. Aliás, onde ficaremos lá?
GEORGE - Tem uma área do prédio separada para nós. Está tudo organizado.
George olha para Sara e percebe sua tensão.
GEORGE - Calma, meu amor.
Sara encosta sua cabeça no ombro de George.
SARA - Eu sou culpada, George.
GEORGE - Pelo quê, meu amor?
SARA - Por essa doença de Sophia. Eu não percebi antes.
GEORGE - Não tinha como adivinharmos, Sara.
George a abraça.
SARA - Eu sou uma péssima mãe.
Sara põe-se a chorar.

CENA 09. BAÍA DE SAN FRANCISCO. NAVIO. EXT./NOITE
Os prisioneiros seguem Jason até uma lateral do navio. Ele abre um compartimento, com ajuda de Drake. Havia um bote ali. Eles jogam o bote na água. Jason desce do navio por uma corda amarrada em uma barra de ferro. Drake desce em seguida. Owen e Julius vão depois. Benson e Harry olham-se, com ar duvidoso. De repente parece um homem armado gritando.
HOMEM - Voltem para cá.
Um tiro é disparado e atinge o ombro direito de Benson.
BENSON - Anda, cara.
Benson segura o ombro, com expressões de dor no rosto, se afasta da borda do navio, toma impulso e salta para a água. Quando chega lá embaixo, vê os outros quatro no bote. Eles o ajudam a subir e começam a remar. Benson olha para o navio e Harry está se preparando para descer pela corda.
BENSON - Rápido!
Quando está prestes a descer, um tiro acerta em cheio sua cabeça, jogando o corpo direto ao mar. O homem mira no bote e atira, mas erra em todas as vezes.
JASON - Porra! Que tensão!
OWEN - Vamos voltar para San Francisco?
JASON - Não, garoto. Iremos para Alcatraz.
JULIUS - É nossa chance de fugir! Sumir de vista!
JASON - Não! Eu preciso ir para Alcatraz.
JULIUS - Eu vou voltar para a costa, nem que eu tenha que te matar para isso!
JASON - Tente.
Jason tira o remo da água e quando Julius vai atacá-lo, ele saca uma faca de dentro da roupa e crava na barriga do prisioneiro, fazendo-o sangrar e cair na água.
JASON - Mais alguém?!
Ninguém se pronuncia.
JASON - Eu fiz uma pergunta! Mais alguém quer me enfrentar?!
Todos respondem que não.
JASON - Ótimo.
Jason põe o remo de volta à água novamente e todos voltam a remar.

CENA 10. BAÍA DE SAN FRANCISCO. HELICÓPTERO. INT./NOITE
George, Sara e Sophia no interior do helicóptero. O presidente do país olha para baixo e vê o navio quase todo debaixo da água. Poucas pessoas nadam acima da água.
GEORGE - Meu Deus! O que houve?
SARA - O navio afundou?!
GEORGE - É o que parece. Vou ligar pra alguém.
George pega o celular do bolso do terno, disca um número e põe na orelha.
GEORGE - Alô?
VOZ MASCULINA (V.O.) - Oi, está tudo bem?
GEORGE - Não. O que houve com o navio?
VOZ MASCULINA (V.O.) - Já soube do ocorrido. Mandarei socorro. Prossigam até a ilha que amanhã cheg…
GEORGE - Alô? (pausa) Alô?!
George tira o celular da orelha e vê a ligação encerrada. Ele tenta ligar novamente e não consegue.
SARA - O que houve?
GEORGE - Eles mandarão socorro. É para seguirmos até a ilha. Apesar de tudo, temos que analisar se está tudo certo lá. Amanhã mandarão socorro, pelo que entendi.
George guarda o celular.
GEORGE - Caiu o sinal do celular. Quando chegarmos lá, tentarei falar com ele novamente e confirmar.
George olha para a água novamente e percebe que há um bote quase chegando na ilha.
GEORGE - Tem um bote ali. Parece que há pessoas nele. Há sobreviventes. Precisamos ajudar esse pessoal.
SARA - Quando chegarmos lá, veremos a melhor solução, George.

CENA 11. ILHA DE ALCATRAZ. EXT./NOITE
Um helicóptero pousa e desce George, Sara e Sophia. Logo em seguida, ele já alça vôo e o próximo helicóptero pousa. Deste, desce Rebecca, Brian, e Ellen. Prontamente, o helicóptero já voa.
GEORGE - Será que eles vão resgatar o pessoal?
SARA - Esperemos que sim.
REBECCA - Vocês estão entendendo o que está acontecendo?
GEORGE - O navio dos prisioneiros afundou.
ELLEN - Eu vi que tem um bote vindo pra cá.
GEORGE - Devem ser pessoas da tripulação. Vamos aguardar os helicópteros.
REBECCA - Os prisioneiros devem ter morrido, certo? Afinal, eles estavam presos nas celas.
Rebecca deixa sair uma risada.
GEORGE - Sim. Provavelmente.
ELLEN - Quanta hipocrisia e falta de humanidade.
REBECCA - Vai dizer que você não está feliz pela morte desses assassinos horrendos?
ELLEN - Não, querida. Eu repulso o sentimento de alívio pela morte de qualquer ser humano. Tenha ele feito o que for, não merece morrer. Merece pagar pelos atos dele, mas, não, morrer.
REBECCA - Maluca.
ELLEN - Prefiro ser maluca do que sem coração. Prepare-se. A matéria sairá no jornal em que eu trabalho. E não vou exaltar a sua beleza, não. Pode ter certeza que vou te detonar.
REBECCA - Você não sabe com quem tá se metendo, garota. Acho melhor ficar quieta.
BRIAN - Mãe! Para com isso!
ELLEN - Enfim… Senhor Presidente, a gente vai sair daqui quando? Ocorrerá a inauguração?
GEORGE - Acalme-se. Estamos todos nervosos com a situação.
ELLEN - O senhor ainda não respondeu à minha pergunta.
GEORGE - Sairemos amanhã, pelo que pude compreender no telefone. Falei com o vice-presidente. E quanto à inauguração, não sei ainda. Vou tentar entrar em contato com a Casa Branca novamente.
Uma mulher com uniforme azul chega ao local onde estão.
MULHER - Prazer, meu nome é Yasmin, e estou aqui para levá-los à área destinada a visitantes.
GEORGE - Yasmin, você soube que o navio afundou?
YASMIN - Não, Senhor Presidente. O que aconteceu?
GEORGE - Não se sabe ao certo, mas iremos averiguar. Os helicópteros, pelo jeito, voltaram à costa. Peço que mande alguém ir àquele lado da ilha (aponta com o dedo indicador direito para uma área com árvores, lá embaixo) para aguardar um bote que está chegando.
YASMIN - Ok, senhor. Temos pouco pessoal aqui, mas iremos fazer o possível.
GEORGE - Vocês têm algum barco, bote, sei lá, algo que possa ser usado?
YASMIN - Não. Uma das regras é justamente não ter nada deste tipo. É o que mantém a ilha mais segura ainda.
ELLEN - Nem o tão excelentíssimo presidente sabe como funciona a tão famosa Penitenciária de Alcatraz?
Ellen dá uma gargalhada.
ELLEN - Tô adorando. Vou ter ótimas pautas.
George a ignora.
SOPHIA - Cala a boca, jornalista de merda!
ELLEN - Cala a boca, você. Pirralha!
SARA - Ei! Vamos baixar o tom.
SOPHIA - Isso mesmo! Você tá se metendo com gente grande.
Sara olha para Sophia.
SARA - Eu mandei as duas baixar o tom, Sophia.
ELLEN - A senhora me desculpe, mas não vou deixar uma adolescente desmerecer meus anos de estudo e profissão por se achar melhor que qualquer um.
SARA - Lhe entendo, Ellen. Só vamos baixar o tom. Todo mundo. Harmonia, por favor.
Eles seguem Yasmin para dentro do prédio.

CENA 12. PENITENCIÁRIA DE ALCATRAZ. ALA DE DORMITÓRIOS. INT./NOITE
Yasmin para no centro do corredor, que possui 6 portas.
YASMIN - Somos em quatro aqui. Dormiremos em dupla para abrir espaço para vocês. Há quatro dormitórios. Tem cama, armário, televisão...  Tudo pronto e preparado. Qualquer coisa é só chamar. Estarei por perto.
Yasmin vira as costas e para antes de virar para o outro corredor.
YASMIN - Aliás, tem uma cozinha seguindo por esse corredor aqui. Estarei lá.
Yasmin deixa o local.
SARA - Gostei dessa garota.
GEORGE - Bem, eu e Sara ficaremos em um quarto. Brian e Rebecca em outro. Ellen em outro. Sophia em outro. Ok?
SARA - Não, George. Vou dormir com Sophia.
GEORGE - Ok, então.
Cada um entra para seu respectivo dormitório.

CENA 13. ILHA DE ALCATRAZ. EXT./NOITE
O bote chega à ilha e um homem os aguarda.
JASON - E aí, cara?
HOMEM - Venham comigo.
O homem algema Owen, que fica apreensivo.
HOMEM - Relaxa.
Em seguida, algema todos os outros. Ele amarra uma corda em todas algemas e puxa-os.
JASON - Precisa desse teatro todo, Nathan?
NATHAN - Precisa. Vamos.
Eles seguem a andar.

CENA 14. PENITENCIÁRIA DE ALCATRAZ. DORMITÓRIO 2. INT./NOITE
LEGENDA: Horas depois…
Sophia acorda. Ela olha para o lado e vê sua mãe dormindo. Em seguida, Sophia levanta-se e vai em direção à porta, saindo sem fazer muito barulho.

CENA 15. PENITENCIÁRIA DE ALCATRAZ. ALA DOS DORMITÓRIOS. INT./NOITE
Sophia sai do quarto. Corredor totalmente escuro, somente com iluminação vindo das janelas. Ela percebe uma menina vestida de branco no fim do corredor. O cabelo preto da garotinha parece estar molhado e ela está virada de costas.
SOPHIA - Oi, garotinha. Está perdida?
Sophia segue em direção à garota. QUando está prestes a tocá-la, ela ouve uma voz sussurando.
VOZ FEMININA ABAFADA (V.O.) - Sophia…
Sophia vira-se e não vê ninguém.
SOPHIA - Ellen, se é você eu te mato, desgraçada!
Sophia vira-se novamente para o lugar onde estava a garota e ela não está mais lá.
SOPHIA - Olha aí. Fez a garota fugir.
Quando vira-se pro outro lado, Sophia tem sem corpo jogado contra a parede do fundo do corredor e grita.
Sophia olha para a frente continuamente e não consegue se mover. Seu corpo sobe pela parede até sua cabeça encostar o teto. Sophia vê em sua frente o rosto deformado da menininha.
MENINA (sussurando) - Saiam daqui enquanto há tempo!
Sara começa a gritar de dentro do dormitório.
SARA - Sophia! Sophia!
A maçaneta do dormitório 2 começa a mexer. De repente a menina some, a porta abre e Sophia cai no chão. Sara sai do dormitório e corre em direção à filha caída. Os outros saem dos dormitórios correndo.
SARA - Filha, o que houve?
Sophia, um pouco inconsciente, tenta falar.
SOPHIA (com dificuldade e pausas) - Nós precisamos sair daqui!
CAM foca no rosto de Sophia, apavorada.

FADE OUT.

CONTINUA NO PRÓXIMO EPISÓDIO...

Comentários